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Foto: Divulgação/Sesa |
A onda de extremo calor que
atinge o Brasil tem chamado a atenção de autoridades e causado preocupação na
população em relação à saúde. No Ceará, a maior temperatura do ano ocorreu
ainda no fim do mês de outubro, no município de Jaguaribe, a 293 km de
Fortaleza, com 41,9°C. Já no último sábado (18), a cidade de Santa Quitéria
atingiu 41,8°C, o segundo maior pico de temperatura no Estado. E as
temperaturas devem continuar altas até o fim do ano, por isso é importante
pensar na proteção.
De
acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o
calor atual acontece por causa do afastamento da Zona de Convergência
Intertropical (ZCIT) da costa cearense, além da ausência de outros sistemas
precipitantes, como a predominância do fenômeno El Niño.
Para
os especialistas, os maiores riscos para a saúde começam quando a temperatura
do ar supera a do corpo humano, que é de cerca de 36,5 graus. Segundo a
coordenadora da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Messejana e médica
clínica geral, Cinthia Rocha, acima dessa temperatura, o corpo fica
sobrecarregado para se manter em equilíbrio.
“Isso
acarreta aumento das perdas indiretas, desidratação por suor ou pela
transpiração da pele, o que chamamos de distúrbio hidroeletrolítico, reduzindo
a quantidade de água no sangue e obrigando o coração a trabalhar mais para
manter a pressão arterial, o que pode provocar taquicardia ou até mesmo
infarto, caso a pessoa tenha um problema cardíaco pré-existente. Os distúrbios
hidroeletrolíticos ocorrem quando o paciente perde quantidade significativa de
líquidos corporais e, consequentemente, de eletrólitos. Essa perda pode ocorrer
pelo suor excessivo, pela poliúria (excesso de urina), pelos vômitos e pela
diarreia”, explica.
Ainda
segundo a coordenadora da UPA, pessoas com doenças cardiovasculares, crianças
menores de dois anos e idosos correm maior risco na exposição às temperaturas
elevadas. “Crianças e idosos, por exemplo, bebem água com menos frequência. Em
locais com alta temperatura, o risco de desidratação é alto. Sintomas como boca
seca, irritabilidade, tonturas e desmaios por baixa pressão devem ser
monitorados com atenção”, alerta a médica.
A
clínica geral ressalta ainda que locais fechados e com grande aglomeração de
pessoas, como shows e jogos de futebol, devem ser evitados em dias muito
quentes. “Não é uma situação recomendada, mas se for inevitável, o ideal é
tomar bastante líquido, usar roupas de proteção, utilizar meios físicos como
barreiras (guarda-sol), além de fazer refeições leves”, orienta.
UPAs
são referência para o atendimento de desidratação
Caso
o paciente apresente um ou mais sintomas decorrentes do calor excessivo, a
orientação é procurar atendimento médico.
Por Ascom/Sesa
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