Nos últimos dias, o clima tem sido de acirramento entre o governo municipal e o sindicato dos servidores públicos de Canindé.
Depois dos trabalhadores terem rejeitado a última proposta oferecida pelo prefeito que foi de 8% de reajuste salarial a partir de agosto para os servidores da Educação, e 7% para os demais; representantes da classe foram, na manhã da ultima sexta-feira (23), pedir apoio na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, onde foram recebidos pela deputada estadual Rachel Marques (PT), e lá tiveram uma audiência com a Comissão de Educação, presidida pelo deputado Teodoro Soares e também pelo deputado Júlio Cesar Filho.
Foi protocolado um ofício pela presidente do SINDSEC, Aurenice Santiago, na Comissão de Educação, contendo um relato da situação das negociações e os motivos da greve, como também as medidas a serem adotadas para se dar um reajuste considerável aos servidores.
Os servidores também levaram ao conhecimento dos parlamentares a situação vivenciada no município de Canindé, como falta d'água na zona urbana e rural, e que estaria faltando, também, merenda escolar.
Enquanto os servidores estavam na capital cearense, o prefeito Celso Crisóstomo apresentava na Câmara de vereadores, em Canindé, o Projeto de Lei de reajuste salarial dos servidores contendo a mesma porcentagem já rejeitada pelos servidores em assembleia no Sindicato.
O chefe do executivo de Canindé também apresentou aos vereadores do município uma cópia da decisão judicial da Desembargadora Sérgia Maria Mendonça Miranda, que atendeu parte de uma liminar do governo municipal de Canindé, onde ficou determinado na decisão da Magistrada que os servidores em greve devem manter os serviços essenciais da Educação como atividades administrativas e pedagógicas conforme os percentuais previsto em Lei para atender à população.
A Desembargadora determinou, também, multa diária no valor de 3.000 mil reais para o caso de descumprimento, porém não julgou o fato de se a greve é legal ou ilegal. A decisão, conforme cópia apresentada à nossa reportagem, é datada do dia 22 de Agosto, mas de acordo com a direção do SINDSEC, até o fechamento desta matéria, o sindicado ainda não havia sido notificado da decisão judicial.
Já na Câmara de Vereadores, os parlamentares decidiram por bem não apreciar a proposta de reajuste até que representantes da categoria de servidores possam se pronunciar oficialmente sobre a proposta do governo.
Em entrevista concedida ao programa Alô Alô Ceará, na manhã do último sábado (24), apresentado pelo radialista Otacílio Duarte na Rádio São Francisco AM, a presidente do SINDSEC, Aurenice Santiago, informou que a greve continua e convocou todos os servidores para uma assembleia na manhã da próxima segunda-feira (26), na sede do Sindicato.
Aurenice Santiago também fez duras críticas ao prefeito Celso diante às últimas decisões de seu governo com relação à greve dos servidores.
Já o prefeito Celso, afirmou não ter condições de dar o reajuste conforme pede o sindicato porque pagou em torno de 12 milhões de reais aos servidores este ano, por pendências deixadas pelo governo anterior, e prometeu um melhor reajuste para o início do próximo ano.
Fotos: SINDSEC