Pelas
veredas mais tortuosas da vida, mas com muito amor ao Santo das
Chagas os romeiros chegam à cidade de Canindé. Na bagagem, um
coração cheio de esperança, na expectativa de se renovar pelo
contato com o divino. Nas mãos muitos trazem um ex-voto, símbolo de
gratidão e por uma graça alcançada. Na voz, orações se elevam em
direção ao sagrado, daquele que foi tão pobre quanto eles. No
olhar, uma saudade imensa e renitente sai pelas bordas dos olhos
muitas das vezes cheios de lágrimas.
Passos
brandos na vasta poeira do tempo trilham caminhos envoltos no
ministério, enveredados pela fé sem limites que cada um deposita em
São Francisco.
Corpos
crestados, próximos aos mandacarus, ou juvenis como as flores do
campo em tempo de bom inverno, pisam quais vultos num solo riscado
pela seca e carregado de esperança pelos sertanejo. Assim seguem os
romeiros pagadores de promessas, levando sua reverência a São
Francisco das Chagas. Não comunicam desalento, nem cansaço, pois
são impedidos e amparados pelo santo. Devotos numerosos aí se
encontram, peregrinos de todas as raças entram na cidade abençoada.
Entre
o culto regular da Igreja católica e as práticas da religiosidade
popular, místicas, crenças, gestos se unem, irrompem em cada alma
sedenta do eterno. Para os romeiros não importa o sacrifício, o que
vale mesmo é pagar sua promessa e ficar em dia com o santo. Pode
demorar 10, 20, 30 anos, mas um dia ele dá um jeito, vem a Canindé
e paga. São peregrinos vindos dos mais diversos pontos do mundo, que
chegam ao maior santuário dedicado a São Francisco da América
Latina em busca da cura por meio da fé.
Fonte: Santuário de Canindé
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