quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Trio de ciganos que cometeu duplo homicídio em Itapajé é preso na zona rural de Canindé

A Polícia Civil da Delegacia Municipal de Itapajé prendeu três pessoas integrantes de uma família de ciganos, que cometeram um duplo homicídio no ano de 2000, naquela cidade do interior norte do Ceará.

O resultado da ação policial, nessa quarta-feira (22), denominada “Contra o Tempo”, que também contou com o apoio de uma equipe da Delegacia Regional de Quixadá, foi divulgado, nesta quinta-feira (23), em coletiva de imprensa na sede do Complexo de Delegacias Especializada (Code).

Os suspeitos, pai, mãe e filho, eram investigados pelas mortes de Carlos César Barroso Magalhães, na época com 22 anos; e de José Wilson Barroso Forte Júnior, então com 27 anos. O fato ocorreu após uma discussão ocorrida em uma festa na cidade de Itapajé, envolvendo Francisco Gleyson Costa - conhecido por “Gleyssinho” e Carlos César. 

Na ocasião, a vítima teria reclamado após flagrar a namorada de "Gleyssinho" sentada sobre o capô de seu veículo, que havia sido adquirido recentemente. No mesmo dia, a família de ciganos se reuniu no intuito de localizar a vítima, mas não obtiveram êxito. Depois disto, familiares de Carlos passam a receber ameaças, inclusive da mãe do suspeito, também presa ontem, identificada por Maria Ziulan da Costa (64). 

Três dias após a discussão, a vítima tentou contato com “Gleyssinho” para desculpar-se pelo ocorrido. Aparentemente, tudo estava resolvido entre os dois, mas na semana seguinte, Carlos César e um sobrinho encontram o suspeito em uma festa, onde ocorre uma nova desavença entre eles. Após serem separados pelas pessoas que estavam no local, “Gleyssinho” sai do bar e retorna armado e na companhia de outros parentes, entre eles o pai, Francisco Augusto Costa – conhecido por “Alfredo Cigano”;  a mãe Ziulan; e o tio, José Gomes da Costa - conhecido por "Flávio Cigano". Com isso, os autores do crime efetuam os disparos que vitimaram Carlos César e José Wilson. O sobrinho de Carlos é ferido com um disparo, que atingiu a sua medula óssea, deixando-o tetraplégico. Pouco tempo depois, o tio, “Flávio Cigano”, foi capturado. Já os demais ciganos, empreenderam fuga.

De acordo com o delegado que presidiu a ofensiva, André Firmino, os três estavam escondidos em uma localidade recôndita e de difícil acesso, conhecida por Anajá, zona rural de Canindé. “Pela prática cultural dos ciganos, eles são nômades, ou seja, não param em um local fixo. Além disso, em cada localidade que chegava, a família adotava um nome diferente e utilizava cédulas de identidade falsas. 

"Durante o curso das investigações, tomamos conhecimento que eles já haviam passado por diversas cidades, como Capistrano e Baturité”, revela o delegado. 

Foi então, que seguindo com as apurações, os policiais civis chegaram aos indivíduos nessa quarta-feira (22) e cumpriram os mandados de prisão preventiva pelos homicídios. "Alfredo Cigano" se apresentava na comunidade, onde foi preso, como Alexandre Bruno Barroso; Maria Ziulan se identificava por Maria Lúcia Alves Valdevino, e "Gleyssinho", por Francisco Bruno Barroso. “Foi um caso que gerou muita repercussão na época, porque vale lembrar que eram raras as situações, em que duas ou três pessoas eram mortas em um mesmo contexto”, destacou o delegado.

No imóvel, foram apreendidas 23 munições de calibres variados. Os três foram conduzidos para a Delegacia Regional de Canindé, onde foram ouvidos. Os três foram indiciados por falsidade ideológica e posse de munições de arma de fogo. Em seguida, transferidos para unidades prisionais, onde ficarão à disposição da Justiça. 

Com informações da SSPDS

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