quarta-feira, 5 de junho de 2024

Agenda do Comitê Cada Vida Importa abre terceiro dia de Assembleia Itinerante

 

Foto: Júnior Pio


O terceiro dia do projeto Assembleia Itinerante, que acontece nesta semana no município de Canindé, abriu com oficina do Cada Vida Importa - Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência. Na manhã desta quarta-feira (05/06), a equipe do comitê, presidido pelo deputado Renato Roseno (Psol) e coordenado pelo sociólogo Thiago Holanda, apresentou dados para os profissionais da assistência social de Canindé e municípios vizinhos que evidenciam a interiorização da violência contra adolescentes no Ceará.

Canindé é um dos municípios em que se observou um aumento de até 50% de homicídios, quando são comparados os índices dos primeiros meses de 2024 com o mesmo período do ano anterior. Para Thiago Holanda, “esse é um dado muito preocupante, considerando que é possível prevenir homicídios articulando a rede local, chamando a atenção dos gestores municipais”. 

Os dados apresentados ao público presente durante a explanação apontam que, no Ceará, entre 1° de janeiro e 31 de dezembro de 2023, foram registradas 2.970 vítimas de crimes violentos letais intencionais (CVLIs), sendo 358 adolescentes (10 a 19 anos). Notavelmente, o número de vítimas registradas em 2023 foi o mesmo que o de 2022: 2.970. Entretanto, a não alteração do número total não significa que a dinâmica da violência no Estado permaneceu a mesma.

Do total de municípios do Estado, também foi observado que, em relação à população de adolescentes (entre 10 e 19 anos), 42 cidades (22,82%) registraram CVLI, enquanto 18 (9,78%) mantiveram o número de casos. Por outro lado, 56 (30,43%) apresentaram redução, e 68 (36,95%) não registraram casos de homicídio tanto em 2022 quanto em 2023. Conforme dados da nota técnica lançada pelo comitê em janeiro de 2024, é possível identificar um aumento nos casos de homicídios em regiões específicas do Estado, como a Região Metropolitana de Fortaleza, o Sertão de Canindé, o Sertão Central e Litoral Oeste. 

Thiago Holanda chama a atenção para a falta de políticas públicas integradas que previnam a violência de fato e destacou algumas ações que o comitê vem realizando nesse sentido. “Temos feito um trabalho direcionado nas escolas, criando uma ‘pedagogia da prevenção’, levando aos estudantes a discussão sobre violência ao conversar sobre racismo, homofobia, machismo e outras violências que acontecem no cotidiano dos jovens e que eles nem percebem que seja violência, e, dessa forma, fomentar espaços de prevenção nas escolas”, explicou.

Também foram mencionados o seminário “Cuidando em Rede: Fluxo de atenção para vítimas de violência armada”, promovido pelo comitê e que acontece na Alece na próxima sexta-feira (07/06), e os serviços de atendimento às vítimas de violência de que a Casa dispõe, tais como a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania e o Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Frei Tito, além de espaços cedidos ao Ministério Público e Defensoria Pública. “É uma forma de aproveitar essa rede de assistência para fortalecer o curso, a comunicação, e evitar a revitimização”, disse. 

Por Ascom/Alece


PUBLICIDADE



Nenhum comentário:

Postar um comentário