"Já fui rotulado muitas vezes como conservador, coisa que não me incomoda; se for em relação as tradições de fato o sou. Todavia, afirmo que tenho uma mente aberta para análise imparcial do progresso, não tenho visão retrógrada de saudosismo tolo.
Digo isso porque não é raro se escutar as expressões “no meu tempo era melhor”, ou “antigamente tinha fartura”. O meu tempo é desde que nasci até hoje e continuará de hoje até a minha partida no bonde da eternidade.
Vejamos a questão das secas: o primeiro registro oficial de seca data de 1605, inclusive vitimou Pero Coelho, tido como primeiro representante da coroa a desbravar estas terras. Tivemos entre outras a seca de 1777, quando morreu 7/8 do nosso gado (arrasou a nossa economia), além da seca grande de 1791 a 1793, quando o Acaraú secou pela primeira vez e hoje é um rio seco.
Seca marcante, também foi a de 1877 que perdurou até 1879. Consta que Fortaleza tinha à época 30.000 habitantes e recebeu 200.000 retirantes. Algo equivalente a Canindé receber hoje meio milhão de flagelados. Todo esse contingente ficou arranchado em logradouros públicos em condições insalubres.
Houve várias pestes, entre as quais a varíola que em um único dia (18.12.1878) ceifou, oficialmente, 1004 vidas. O número de mortos certamente foi maior, muitos corpos apodreceram insepultos na periferia, conforme testemunhou o médico e historiador Guilherme Studart, que ficou mais conhecido na história como Barão de Studart.
Veja o que diz sobre o assunto o historiador Lira Neto: “na manha seguinte aquele que ficaria conhecido como Dia das Mil Mortes, Fortaleza amanheceu com uma nuvem negra pairando sobre a cidade. Não era nenhum sinal de chuva, eram centenas de urubus em rasantes no céu. Lá embaixo, cães disputavam entre si, restos de carne humana”.
Deve ter sido um espetáculo Dantesco . O fato é que ao final da seca o Ceará perdeu 1/3 da população: 200.000mortos e o restante através da migração para o Amazonas, incentivada pelo Governo Imperial.
Estamos atravessando o sexto ano de seca com a ausência quase total de produção. A rede de proteção social do governo, através dos programas de renda mínima tem permitido a alimentação dos que são mais vulneráveis as secas e a população mais pobre de modo geral.
Apesar das pessoas sempre estarem insatisfeitas, vejo tudo isso como sinal de progresso humanitário. Gosto de buscar a compreensão das coisas e analisar de forma imparcial e livre.
Não sou ligado a nenhum partido político nem faço parte de nenhuma corrente ideológica. Também não sou dono da verdade, nem quero ser, me basta a condição de livre pensador."
Digo isso porque não é raro se escutar as expressões “no meu tempo era melhor”, ou “antigamente tinha fartura”. O meu tempo é desde que nasci até hoje e continuará de hoje até a minha partida no bonde da eternidade.
Vejamos a questão das secas: o primeiro registro oficial de seca data de 1605, inclusive vitimou Pero Coelho, tido como primeiro representante da coroa a desbravar estas terras. Tivemos entre outras a seca de 1777, quando morreu 7/8 do nosso gado (arrasou a nossa economia), além da seca grande de 1791 a 1793, quando o Acaraú secou pela primeira vez e hoje é um rio seco.
Seca marcante, também foi a de 1877 que perdurou até 1879. Consta que Fortaleza tinha à época 30.000 habitantes e recebeu 200.000 retirantes. Algo equivalente a Canindé receber hoje meio milhão de flagelados. Todo esse contingente ficou arranchado em logradouros públicos em condições insalubres.
Houve várias pestes, entre as quais a varíola que em um único dia (18.12.1878) ceifou, oficialmente, 1004 vidas. O número de mortos certamente foi maior, muitos corpos apodreceram insepultos na periferia, conforme testemunhou o médico e historiador Guilherme Studart, que ficou mais conhecido na história como Barão de Studart.
Veja o que diz sobre o assunto o historiador Lira Neto: “na manha seguinte aquele que ficaria conhecido como Dia das Mil Mortes, Fortaleza amanheceu com uma nuvem negra pairando sobre a cidade. Não era nenhum sinal de chuva, eram centenas de urubus em rasantes no céu. Lá embaixo, cães disputavam entre si, restos de carne humana”.
Deve ter sido um espetáculo Dantesco . O fato é que ao final da seca o Ceará perdeu 1/3 da população: 200.000mortos e o restante através da migração para o Amazonas, incentivada pelo Governo Imperial.
Estamos atravessando o sexto ano de seca com a ausência quase total de produção. A rede de proteção social do governo, através dos programas de renda mínima tem permitido a alimentação dos que são mais vulneráveis as secas e a população mais pobre de modo geral.
Apesar das pessoas sempre estarem insatisfeitas, vejo tudo isso como sinal de progresso humanitário. Gosto de buscar a compreensão das coisas e analisar de forma imparcial e livre.
Não sou ligado a nenhum partido político nem faço parte de nenhuma corrente ideológica. Também não sou dono da verdade, nem quero ser, me basta a condição de livre pensador."
Sobre as ações sociais do governo hoje, o assistencialismo paternal em programas de distribuição de renda e o envio de água em carros pipa, no passado, particularmente na histórica seca de 1915, se não me engano houve a construção dos chamados currais, feito pelo governo federal, na verdade eram mesmo campos de concentração e assim passaram para a história, pouco conhecida é verdade, e que muitos querem mesmo é escondê-la em baús empoeirados. Os flagelados nestes campos recebiam alguma comida e eram vigiados por soldados. Os tais campos foram feitos para barrar a entrada de flagelados em Fortaleza, a exemplo do que ocorrera em 1877. Freitas
ResponderExcluir