Diante da possibilidade de um inverno irregular no Ceará e que não aconteçam chuvas suficientes para recargas dos açudes neste município, foi criado, em Canindé, o Comitê de Crise que contará com a participação do prefeito Celso Crisóstomo, presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Nelson Bandeira, e demais autoridades municipais.
Para que as decisões possam ser tomadas de imediato, o prefeito assinou documento , decretando estado de calamidade pública no município com vigência de 90 dias. Em reunião realizada no gabinete do prefeito na manhã de segunda-feira, um plano de ações foi definido para o trabalho, que será feito de forma conjunta. As primeiras medidas adotadas pelo Comitê entraram em ação ontem.
Sete poços profundos e três cacimbões começaram a ser interligados na rede de distribuição de água da cidade, para atender 16 mil ligações, num total de 47.380 habitantes. "Todas essas reservas hídricas, irão garantir 64 mil litros de água por hora. Essas medidas visam fortalecer a demanda hídrica da cidade'', disse Celso Crisóstomo.
Segundo o chefe do Executivo, outra medida é o rigor na fiscalização das construções. "Não será permitido construir com água do Saae. Os lava jatos que não tiverem abastecimentos próprios serão desativados'', avisa o prefeito.
Celso explicou que o decreto de calamidade pública é para agilizar a compra de bombas para instalação dos poços com preços do Departamento Nacional Contra as Secas, Cagece e Sohidra, isso sem o processo da licitação.
"Na administração pública enfrentamos a burocracia, por isso tomamos medidas rápidas para encontramos água de qualidade para atender a nossa população'', frisa o chefe do Executivo.
"Decretamos estado de calamidade pública no município, não para criar terror, mas por estarmos enfrentando uma seca prolongada, onde verificamos critérios agravantes''.
O prefeito lembrou ainda que os dois açudes estão em cota mínima. O Escuridão tem 250 mil metros cúbicos, e o São Matheus, 270 mil metros cúbicos. Mesmo assim, este último será reativado. Para isso, um flutuante vai ser instalado para bombear água até a estação de tratamento do Saae. "Os dois juntos garantem água até o dia 10 ou 15 de março, mas com a interligação dos poços iremos garantir o abastecimento da cidade. A vida quer dar a gente coragem e temos que ter para resolvermos os problemas'', salienta Celso.
Em relação ao abastecimento dos carros-pipas, a água chegará às famílias da zona rural, vinda dos açude do Rato, em Itapebussu, e Edson Queiroz, em Santa-Quitéria, além de um poço perfurado na Fazenda Juá.
O prefeito de Canindé criticou os meios de comunicação da cidade pelo "terrorismo" causado nas informações em relação à situação de água na cidade. "O grau de abalo da população, da-se mais pela ação dos meios de comunicação de Canindé. Não vai faltar água".
O gestor municipal anunciou também uma medida a longo prazo para resolver a questão do abastecimento da cidade. "Nós vamos ganhar um adutora permanente de General Sampaio até Canindé num percurso de 34km". A obra vai custar R$ 20,2 milhões, e deverá ser feita em prazo de 120 dias, conforme projeto inicial.
Fonte: Diário do Nordeste
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