Em manifestação contraria, trabalhadores e
população são tratados com violência
Fotos: Fetamce |
Em votação na noite
da última quinta-feira (22), a Câmara Municipal de Icó aprovou o projeto da
prefeita Laís Nunes (PDT) que reduz a carga horária e os salários de 362
professores do município.
Foram oito votos a
favor e sete contra.
Os parlamentares
ignoraram o clamor popular, em ato que levou centenas de manifestantes às ruas da cidade.
Convocado pela Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do
Estado do Ceará (Fetamce), o evento contou com a participação de representantes
do movimento sindical de todo o Ceará. Os movimentos sociais do estado também
aderiram ao evento. Mais de 100 entidades estiveram representadas na maior
caravana já realizada pela Federação. O comércio em Icó fechou as portas em
solidariedade aos professores e servidores e a população tomou às ruas em apoio
à classe.
A votação teve
que ser decidida pelo voto de minerva do presidente da casa, Fernando Nunes. Os
demais vereadores haviam empatado a questão, em sete votos a sete. O presidente
do Legislativo é cunhado da prefeita Laís Nunes, irmão do ex-prefeito, Neto
Nunes.
A decisão vai ser
questionada judicialmente pelos Sindicatos dos Servidores e Professores.
A esperança da
Prefeitura é que com a decisão os professores percam metade da carga horária e
metade dos salários. O ato da gestão Laís Nunes deixou educadores e população
de Icó indignados. Os protestos, que tomaram as ruas na quinta-feira (22), e na
última segunda-feira (19), foram duramente reprimidos, em ações truculentas
comandadas, nas duas oportunidades, pelo secretário de segurança do município,
Geilson Lima, que atirou balas de borracha contra professores, jogou spray de
pimenta e ameaçou manifestantes.
Os atos de
violência física e moral contra professores, servidores, população e movimentos
social e sindical foram registrados, novamente nesta quinta-feira (22), pela
Polícia Militar e Guarda Municipal, durante ato para tentar barrar a aprovação
do projeto que corta 50% do salário de 362 professores.
Conforme a
presidente da Fetamce, Enedina Soares, o agravante é que tudo isso ocorreu
enquanto uma comissão liderada por ela tentava negociar com secretários
municipais a retirada de pauta do projeto da Prefeita Laís Nunes, que não pisou
na cidade durante toda esta semana, segundo os próprios gestores municipais.
“Fomos recebidos a
pedido da Casa Civil do Estado e durante a reunião onde nós propusemos a
solução do conflito, recebemos a notícia de gente ferida e dirigente sindical
atingido por balas e spray de pimenta nas ruas de Icó”, disse Enedina Soares.
As informações da
truculência foram informadas para quem estava na reunião, mas o apelo não foi
ouvido pelas autoridades municipais.
Apoio de Canindé
A presidente do Sindicato dos Servidores
Públicos Municipais de Canindé Sindsec, Regina Lemos, o vice-presidente Diassis
Farias e os diretores de Formação
Sindical, Francisco José Braz da Silva; e de Relações de Gênero, Raças e
Minorias, Ludmila Calixto estiveram apoiando e lutando juntamente com os
servidores públicos do município de Icó, na luta contra o retrocesso.
Com informações da Fetamce
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