De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo (MTUR), Canindé é o principal ponto de romaria do Ceará. A cidade chega a receber três milhões de devotos por ano, enquanto Juazeiro do Norte apenas 2,5 milhões. Esse documento foi divulgado por ocasião do encontro Nacional realizado na cidade de Juiz de Fora em Minas Gerais no mês de maio de 2015, intitulado o turismo e sua fé.
No relatório, o Nordeste concentra hoje pelo menos 250 manifestações religiosas que mobilizam fiéis, romeiros, devotos e turistas, tornando-se assim a região brasileira com o maior número de procissões, romarias e celebrações religiosas de todo o País.
A "Capital da Fé", como Juazeiro é chamado pelos romeiros, só perde, em número de visitação, para a cidade de Canindé, ‘’A Cidade da Fé’’ que atrai quase três milhões de peregrinos por ano.
A Basílica de São Francisco, construída no início do século XX; a estátua de São Francisco das Chagas, medindo 30,25 metros; e a Casa dos Milagres, local onde são ofertadas centenas de ex-votos, que são objetos que simbolizam as graças alcançadas, a Praça dos Romeiros, Mosteiro das Clarissas, são as principais atrações religiosas para quem vai à Cidade.
Durante o período em louvor ao padroeiro do povo nordestino, é realizada a tradicional Moto-Romaria, considerada a maior do mundo. Neste ano, Canindé chegou a receber 40 mil motos.
Os dados do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério apontam que aproximadamente 18 milhões de brasileiros viajaram para algum destino motivado pela fé em 2015.
‘’O turismo religioso que se caracteriza pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual, compromisso religioso e da prática comum de pagar promessas em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas.
Dada a sua importância, esse segmento é considerado como um dos nichos do turismo cultural no país’’, observa o historiador Pedro Moreira Santos que acumula várias pesquisas na área sacra no Município de Canindé.
Na sua visão, todos os anos cerca de 3 milhões de peregrinos buscam Canindé para pedir a bênção e a proteção a um dos homens mais importante do mundo, o único que chegou a imitar Jesus Cristo. Na cidade a principal romaria concentra-se acontece entre os dias 24 de setembro e quatro de outubro, dia dedicado a São Francisco das Chagas.
O turismo religioso, ganha força ano após ano. Movidos pela fé, milhares de visitantes vêm ao Ceará, incrementando sua economia e gerando mais postos de trabalho diretos e indiretos. Neste contexto, destacam-se, não só no Estado, mas em todo o Nordeste, as cidades de Canindé e Juazeiro do Norte. A primeira recebe anualmente cerca de três milhões de peregrinos, os quais buscam o município para pedir a bênção ao santo dos pobres.
Juazeiro, localizada na região do Cariri, tem uma estátua do "Padim Ciço", como o patriarca é conhecido, de 27 metros de altura, no alto da Colina do Horto. O monumento é o terceiro maior do mundo em concreto armado. Foi ali, como sacerdote, que Padre Cícero viveu por mais de sessenta anos, onde ganhou fama de milagreiro. A estátua é um dos principais pontos de visitação dos romeiros, ao lado das igrejas da Matriz, Salesianos, Franciscanos e Socorro, local onde ele está sepultado. As peregrinações em Juazeiro acontecem há cerca de 120 anos, quando a cidade era apenas um vilarejo com poucas casas. Curiosos passaram a vir de todos os lugares da região atraídos pela notícia de que hóstias consagradas estavam se transformando em sangue na boca da beata Maria de Araújo.
Retorno positivo
Com milhares de peregrinos pelas ruas da cidade durante praticamente todo o ano, o comércio fica aquecido e a estimativa de vendas aumenta significativamente. “Todas as romarias trazem resultados muito positivos para o comércio local, em especial a Romaria de Finados, em novembro, que atrai cerca de 450 mil devotos”.
Apesar de todos esses benefícios, as condições de acolhimento dos peregrinos, no entanto, é alvo de constante crítica. A Infra Estrutura da Cidade ainda se mostra inadequada para atender a grande quantidade de católicos.
Texto e fotos de Antônio Carlos Alves
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