Voluntários, as mãos que fortalecem a generosidade e ainda fortalecem a cidadania do romeiro que vem a Canindé para reverenciar São Francisco, o santo que em vida imitou Jesus Cristo e se tornou o espírita mais evoluído do planeta. É assim o trabalho daqueles que nesse período se dedicam a contribuir para uma boa romaria.
Entre esses grupos, destaca-se a equipe coordenada por dona Carminha Soares da Ordem Franciscana Secular, que há exatos 20 anos atende aos devotos na Casa Monte Alverne, com o tradicional café de São Francisco.
‘‘Tudo começou no dia 23 de outubro de 2006 e até hoje estamos mantendo esse projeto’’, destaca dona Carminha que trabalha com 10 voluntários. Por dia são distribuídos 600 litros de chá e café. 2.500 pães, 500 litros de água, 200 litros de caldo de carne. Para adoçar o café e o chá serão necessários 300 quilos de açúcar.
‘’Outro fato interessante é que, utilizamos 7.500 copos de plástico doados pelo povo de Canindé. Temos 25 doadores que nos ajudam com o pão sagrado. A partir de amanhã entra na campanha o Lions Clube de Canindé’’, anuncia a responsável pelo café de São Francisco.
O reitor da Basílica Santuário, Frei Marconi Lins, destaca o trabalho dos voluntários ao dizer que a Romaria de São Francisco, hoje considerada um patrimônio religioso, é construído “através de muitas mãos, de muitas pessoas e de tanta generosidade”. “Se diz que a festa não se descreve, é preciso vivenciá-lo. Para que aconteça essa mobilização com tamanha força, há um trabalho que a Paróquia avalia em 210 voluntários. São leigos, que não são pagos por esse trabalho. Isso é muito bonito, pois mostra que há também uma tradição cultural e não só religiosa”, comenta.
O voluntariado é comparado pelo pároco ao regente de uma orquestra, juntamente com a Paróquia de São Francisco e os franciscanos. “Sabemos hoje que a festa do padroeiro é a segunda maior manifestação religiosa em homenagem ao santo da América Latina.
Pode ser que existam outras grandes mobilizações, como sem dúvida é a de Aparecida do Norte. Mas que reúne tanta gente em 10 dias, só aqui em Canindé’’, assegura.
Sobre o impacto da festividade na cidade, ele citou o fluxo de turistas e o aquecimento da economia, além das evangelizações, que do ponto de vista religioso, são o foco da Igreja.
“Não temos como mensurar o que acontece na alma, mas a grande procura de pessoas pelo bem religioso no Santuário em si, além da crescente demanda pelas visitas de evangelização da imagem peregrina, mostra que o alcance da fé é muito grande”, avalia. Representações da fé são os ex-votos, levados por milhares de peregrinos que fazem parte da romaria e que marcam uma tradição muito antiga, de acordo com o reitor da Basílica.
Ele cita a intercessão de Francisco. “Não sabemos como o romeiro pensa, mais isso faz parte do encantamento em torno da história, da experiência de fé”, complementa.
Fotos e texto de Antônio Carlos Alves
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